sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A TRANSFORMAÇÃO MISSIONÁRIA DA IGREJA (Evangelium Gaudium)


19. A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20). 
1. Uma Igreja «em saída»
20.Naquele «ide» de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova «saída» missionária:sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.
22. A Igreja deve aceitar esta liberdade incontrolável da Palavra, que é eficaz a seu modo e sob formas tão variadas que muitas vezes nos escapam, superando as nossas previsões e quebrando os nossos esquemas.
23. A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém; assim foi anunciada pelo anjo aos pastores de Belém: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo» (Lc 2, 10). 
24. A Igreja «em saída» é a comunidade de discípulos missionários que «primeireiam», que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeireiam – desculpai o neologismo –, tomam a iniciativa! A comunidade missionária sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa! 
25. Constituamo-nos em «estado permanente de missão», em todas as regiões da terra.
26. O Concílio Vaticano II apresentou a conversão eclesial como a abertura a uma reforma permanente de si mesma por fidelidade a Jesus Cristo: «Toda a renovação da Igreja consiste essencialmente numa maior fidelidade à própria vocação. (…) A Igreja peregrina é chamada por Cristo a esta reforma perene. Como instituição humana e terrena, a Igreja necessita perpetuamente desta reforma».27. Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à auto-preservação. Como dizia João Paulo II aos Bispos da Oceânia, «toda a renovação na Igreja há-de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial».
28. A paróquia não é uma estrutura caduca; precisamente porque possui uma grande plasticidade, pode assumir formas muito diferentes que requerem a docilidade e a criatividade missionária do Pastor e da comunidade. É comunidade de comunidades, santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar, e centro de constante envio missionário. Temos, porém, de reconhecer que o apelo à revisão e renovação das paróquias ainda não deu suficientemente fruto, tornando-se ainda mais próximas das pessoas, sendo âmbitos de viva comunhão e participação e orientando-se completamente para a missão.
31. O Bispo deve favorecer sempre a comunhão missionária na sua Igreja diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um só coração e uma só alma (cf. Act 4, 32) . Para isso, às vezes pôr-se-á à frente para indicar a estrada e sustentar a esperança do povo, outras vezes manter-se-á simplesmente no meio de todos com a sua proximidade simples e misericordiosa e, em certas circunstâncias, deverá caminhar atrás do povo, para ajudar aqueles que se atrasaram e sobretudo porque o próprio rebanho possui o olfacto para encontrar novas estradas.
32. Dado que sou chamado a viver aquilo que peço aos outros, devo pensar também numa conversão do papado. Compete-me, como Bispo de Roma, permanecer aberto às sugestões tendentes a um exercício do meu ministério que o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e às necessidades atuais da evangelização. Uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Evangelium Gaudium 1

Estamos ainda na Introdução da Exortação Apostólica.
Espero que lhe ajude.
5. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria. Apenas alguns exemplos: «Alegra-te» é a saudação do anjo a Maria (Lc 1, 28). A visita de Maria a Isabel faz com que João salte de alegria no ventre de sua mãe (cf. Lc 1, 41). No seu cântico, Maria proclama: «O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1, 47). E, quando Jesus começa o seu ministério, João exclama: «Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!» (Jo 3, 29). O próprio Jesus «estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo» (Lc 10, 21). A sua mensagem é fonte de alegria: «Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante. Ele promete aos seus discípulos: «Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria» (Jo 16, 20).
6. Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras.  «A paz foi desterrada da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém, guardo no meu coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não acaba, não se esgota a sua compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade. (…) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor» (Lm 3, 17.21-23.26).
7. A tentação apresenta-se, frequentemente, sob forma de desculpas e queixas, como se tivesse de haver inúmeras condições para ser possível a alegria. Posso dizer que as alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar. Recordo também a alegria genuína daqueles que, mesmo no meio de grandes compromissos profissionais, souberam conservar um coração crente, generoso e simples. 
2. A doce e reconfortante alegria de evangelizar
9. O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos outros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se.
10. “A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros”. Isto é, definitivamente, a missão». Consequentemente, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, «a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas!
11. Um anúncio renovado proporciona aos crentes, mesmo tíbios ou não praticantes, uma nova alegria na fé e uma fecundidade evangelizadora. Na realidade, o seu centro e a sua essência são sempre o mesmo: o Deus que manifestou o seu amor imenso em Cristo morto e ressuscitado. Jesus Cristo pode romper também os esquemas enfadonhos em que pretendemos aprisioná-Lo, e surpreende-nos com a sua constante criatividade divina.
12.Jesus é «o primeiro e o maior evangelizador». Em qualquer forma de evangelização, o primado é sempre de Deus, que quis chamar-nos para cooperar com Ele e impelir-nos com a força do seu Espírito.
13.A alegria evangelizadora refulge sempre sobre o horizonte da memória agradecida: é uma graça que precisamos de pedir. Os Apóstolos nunca mais esqueceram o momento em que Jesus lhes tocou o coração: «Eram as quatro horas da tarde» (Jo 1, 39).  O crente é, fundamentalmente, «uma pessoa que faz memória».

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Evangelium Gaudim

A primeira exortação apostólica do Papa Francisco publicada domingo passado. Trago aqui parte do texto sintetizado, focando alguns aspectos que considero importantes para nós. É importante que você saiba. Leia.
2. O grande risco do mundo actual, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. 
3. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído». Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direcção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. 
Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: «Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores». Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar «setenta vezes sete» (Mt 18, 22) dá-nos o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Senhor não pode mudar - diz Papa Francisco

O Senhor não pode mudar: sempre é fiel, não pode não ser fiel, não pode negar a si mesmo”.
Deus é mais potente do que a miséria ou do que a morte. 
"Também na história da Igreja – disse o Papa Francisco – existem homens, mulheres, anciãos, jovens, que fazem esta escolha” de entregar-se a Deus em tudo e para tudo. São estes mártires, muito mais presentes hoje do que no passado, que por causa da sua fé vivem uma vida de riscos e turbulências, uma vida “no limite”. “Quando nós ouvimos a vida dos mártires, quando lemos nos jornais as perseguições contra os cristãos, hoje, pensamos neste irmãos e irmãos em situações limites, que fazem esta escolha” disse o Papa. Eles, continuou, “são um exemplo para nós e nos encorajam a colocar no tesouro da Igreja tudo aquilo que temos para viver”.
Mas também são um exemplo todas aquelas pessoas cujo heroísmo não se expressa em atos extremos, mas em decisões cotidianas tomadas com fé e coragem. Disse, de fato, Francisco: “Pensemos também em tantas mães, em tantos pais de família que a cada dia fazem escolhas definitivas para seguir adiante com as suas famílias, com os seus filhos. E isto é um tesouro na Igreja. Eles nos dão testemunho”. Diante desses modelos de cristãos ‘não mornos’ que arriscam tudo porque estão inflamados pela fé em Deus, “peçamos ao Senhor a graça da coragem” exortou o Santo Padre. Peçamos, ou seja, aquela coragem “de seguir em frente na nossa vida cristã, nas situações normais, comuns, de cada dia e também nas situações extremas”.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Palavras do Papa Francisco no encerramento do Ano da Fé


 Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. 

Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do povo de Deus. 

E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. 

Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido.
A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração.

domingo, 24 de novembro de 2013

Originalidade do Projeto Misericórdia nas Famílias


A originalidade consiste em ser a Imagem de Jesus Misericordioso uma Imagem de Graças, conforme o próprio Jesus Misericordioso disse a Santa Faustina:
(Diário 327).
Nesta passagem, Jesus diz que oferece aos homens um vaso, um recipiente, com o qual devem vir buscar graças na fonte da Sua Misericórdia. E este vaso é a Imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós!  Assim sendo, Jesus nos diz que a Imagem da Divina Misericórdia é o meio usado por ele para nos conceder as graças. Podemos nos dirigir com confiança a Ele por meio da Imagem da Divina Misericórdia, certos de que pela nossa confiança, receberemos as graças que pedirmos, como Ele mesmo disse:

As graças da Minha Misericórdia colhem-se com o único vaso que é a confiança. Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá (D. 1578), isto é, receberemos as graças de acordo com o grau da nossa confiança. Se confiarmos muito, receberemos muito, se confiarmos pouco, receberemos pouco.  Ele mesmo nos confirma a sua disposição de nos conceder graças por meio da sua Imagem: <Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela.>(Diário 570).

sábado, 23 de novembro de 2013

Formação para o Mês de Novembro 2013

Estando em Lagoa da Prata - MG me foi pedido que escrevesse uma formação mensal para os zeladores da Capelinha da Misericórdia. Achei que seria bom isso. Então aqui trago a desse mês.

Santa Faustina Kowalska foi a santa escolhida por Deus para revelar ao mundo a sua Misericórdia. Ele o fez revelando práticas novas de piedade vinculadas a essa devoção, a saber:
1-Imagem da Misericórdia
2-Terço  da Misericórdia
3-Hora  da Misericórdia
4-Festa da Misericórdia
5-Propagação da Misericórdia
Jesus pediu ainda que procurássemos vivenciar a partir da devoção uma profunda confiança na sua Misericórdia pedindo que se escrevesse na Imagem da Misericórdia:
Jesus eu confio em Vós.(D. 47-48)
Ainda disse que não basta a oração é preciso que se pratique a misericórdia para com o próximo, apresentando para isso três formas:
1-A ação
2-A palavra
3-A oração. (D. 742)
Aqui tenho uma síntese breve da devoção.
Pergunto:
1-Como vivo a devoção â Misericórdia? Fico só na oração ou pratico a Misericórdia?
2-Quantas e quais são as obras de misericórdia?

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O papa também se confessa a cada duas semanas

O papa Francisco voltou a reafirmar um dos seus conceitos mais queridos: a infinita misericórdia de Deus, que não se cansa de oferecer aquele perdão de que, como cristãos, todos nós precisamos constantemente. Até mesmo o papa, chefe da Igreja universal, precisa receber o abraço reconciliador de Deus. "O papa também se confessa a cada duas semanas, porque o papa também é um pecador", disse Bergoglio.
A Igreja é "a depositária do poder das chaves". Depositária e não dona, precisa Francisco, no sentido de que a Igreja "é a serva do ministério da misericórdia e se alegra todas as vezes que pode oferecer esse presente divino". Desta forma, "Jesus nos chama a viver a reconciliação na dimensão eclesial, comunitária". A Igreja, portanto, "que é santa e sempre necessitada de penitência", nos acompanha no nosso caminho de conversão durante toda a vida.
Mas nem todos percebem hoje essa "dimensão eclesial do perdão", observa o Sucessor de Pedro, porque estão cegados pelo "individualismo" e pelo "subjetivismo" que assola os próprios cristãos. É verdade: o perdão de Deus a cada pecador arrependido ocorre em uma dimensão íntima e pessoal, "mas o cristão está ligado a Cristo e Cristo está unido à Igreja". Assim, para os cristãos, há "um presente a mais", e, ao mesmo tempo, um "esforço a mais": o de passar "humildemente pelo ministério da Igreja".
Neste sentido, o sacerdote se torna uma "ferramenta para o perdão dos pecados". O padre confessor que, como todos os outros, "é um homem que precisa de misericórdia", se torna verdadeiramente um "instrumento da misericórdia" que nos é dada pelo "amor sem limites de Deus Pai". Não tem fundamento a teoria daqueles que evitam o sacramento da reconciliação porque se confessam "diretamente com Deus": "Deus sempre escuta", diz o papa, mas é no confessionário que "ele envia um irmão para trazer o perdão em nome da Igreja".
Por isso mesmo, o papa também precisa recorrer à confissão com frequência. O confessor "ouve as coisas que eu lhe digo, me aconselha e me perdoa, porque todos nós precisamos desse perdão".
Por outro lado, o sacerdote é chamado ainda a perdoar os pecados, isto é, a realizar um "serviço" como "ministro de Deus". Uma tarefa extremamente "delicada", observa o papa, que "exige que o seu coração esteja em paz, que ele não maltrate os fiéis, mas seja leve, benevolente e misericordioso, que saiba semear esperança no coração". Acima de tudo, ele deve ser "consciente de que o irmão ou irmã que se aproxima do sacramento da reconciliação está procurando o perdão e é como se estivesse se aproximando de Jesus para que Ele o cure". Se um padre não tem "esse estado de espírito", afirmou o papa,"é melhor que ele não administre este sacramento até corrigi-lo", porque "os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes os servos do perdão de Deus".

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo

O protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. Em sua primeira aparição aos Apóstolos, no cenáculo, Jesus ressuscitado fez o gesto de assoprar sobre eles dizendo: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23). Jesus, transfigurado em seu corpo, agora é homem novo, que oferece os dons pascoais frutos da sua morte e ressurreição. Quais são estes dons? A paz, a alegria, o perdão dos pecados, a missão, mas, sobretudo, doa o Espírito Santo que de tudo isto é a fonte. O sopro de Jesus, acompanhado das palavras com as quais comunica o Espírito, indica o transmitir a vida, a vida nova regenerada pelo perdão.
Mas antes de fazer o gesto de soprar e doar o Espírito Santo, Jesus mostra as suas chagas, nas mãos e no peito: estas feridas representam o preço da nossa salvação. O Espírito Santo nos traz o perdão de Deus “passando através” das chagas de Jesus. Estas chagas que Ele quis conservar; também neste momento Ele no Céu faz ver ao Pai as chagas com as quais nos redimiu. Pela força dessas chagas, os nossos pecados são perdoados: assim Jesus deu a sua vida pela nossa paz, pela nossa alegria, pelo dom da graça na nossa alma, pelo perdão dos nossos pecados. É muito belo olhar assim para Jesus!
E chegamos ao segundo elemento: Jesus dá aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. É um pouco difícil entender como um homem pode perdoar os pecados, mas Jesus dá este poder. A Igreja é guardiã do poder das chaves, de abrir ou fechar ao perdão. Deus perdoa cada homem em sua soberana misericórdia, mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da comunidade. Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus me alcança, as minhas culpas são perdoadas e me é dada a alegria. Deste modo, Jesus nos chama a viver a reconciliação também na dimensão eclesial, comunitária. E isto é muito bonito. A Igreja, que é santa e ao mesmo tempo necessitada de penitência, acompanha o nosso caminho de conversão por toda a vida. A Igreja não é mestre do poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia e se alegra todas as vezes que pode oferecer este dom divino.
Tantas pessoas talvez não entendem a dimensão eclesial do perdão, porque domina sempre o individualismo, o subjetivismo, e também nós cristãos somos afetados por isso. Certo, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente, mas o cristão está ligado a Cristo, e Cristo está unido à Igreja. Para nós cristãos, há um dom a mais, e há também um compromisso a mais: passar humildemente pelo ministério eclesial. Isto devemos valorizar; é um dom, uma cura, uma proteção e também é a segurança de que Deus me perdoou. Eu vou até o irmão sacerdote e digo: “Padre, fiz isto…”. E ele responde: “Mas eu te perdoo; Deus te perdoa”. Naquele momento, eu estou seguro de que Deus me perdoou! E isto é belo, isto é ter a segurança de que Deus nos perdoa sempre, não se cansa de perdoar. E não devemos nos cansar de ir e pedir perdão. Pode-se ter vergonha de dizer os pecados, mas as nossas mães e as nossas avós diziam que é melhor ficar vermelho uma vez que amarelo mil vezes. Fica-se vermelho uma vez, mas são perdoados os pecados e se segue adiante.
Enfim, um último ponto: o sacerdote instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus que vem dado na Igreja é transmitido por meio do ministério de um irmão nosso, o sacerdote; também ele um homem que como nós precisa de misericórdia, torna-se verdadeiramente instrumento de misericórdia, doando-nos o amor sem limites de Deus Pai. Também os sacerdotes precisam se confessar, mesmo os bispos: todos somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada 15 dias, porque também o Papa é um pecador. E o confessor ouve as coisas que eu lhe digo, aconselha-me e me perdoa, porque todos precisamos deste perdão. Às vezes se ouve alguém dizer que se confessa diretamente com Deus… Sim, como disse primeiro, Deus te escuta sempre, mas no sacramento da Reconciliação envia um irmão para levar o perdão a você, a segurança do perdão, em nome da Igreja.
O serviço que o sacerdote presta como ministro, por parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige que o seu coração esteja em paz, que o sacerdote tenha o coração em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja brando, benevolente e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e, sobretudo, seja consciente de que o irmão ou a irmã que se aproxima do sacramento da Reconciliação procura o perdão e o faz como tantas pessoas se aproximavam de Jesus para que as curasse. O sacerdote que não tenha esta disposição de espírito é melhor que, até que se corrija, não administre este Sacramento. Os fiéis arrependidos têm o direito, todos os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servos do perdão de Deus.
Queridos irmãos, como membros da Igreja, somos conscientes da beleza deste dom que o próprio Deus nos oferece? Sentimos a alegria desta cura, desta atenção materna que a Igreja tem conosco? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não nos esqueçamos de que Deus não se cansa nunca de nos perdoar; mediante o ministério do sacerdote nos dá um novo abraço que nos regenera e nos permite levantar e retomar o caminho. Porque esta é a nossa vida: levantar-se continuamente e retomar o caminho.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Papa Francisco recomendou aos fiéis um "remédio espiritual"

Papa Francisco recomendou aos fiéis um "remédio espiritual". Trata-se da "Misericordina", distribuído por voluntários aos presentes.misericordina.

"Peguem", disse o Santo Padre aos fiéis, sobre o presente, em forma de uma caixa, que contém uma imagem de Jesus da Misericórdia e um rosário com 59 contas, para rezar o Terço da Divina Misericórdia, acompanhado de um "bula" com "prescrições" e algumas passagens do Diário de Madre Faustina Kowalska.

O Pontífice observou que, a oração do Terço da Misericórdia é uma "ajuda espiritual para a nossa alma, para nossa vida e para divulgar em todo lugar o amor, o perdão e a fraternidade".

"Não esqueçam de pegá-la, porque faz bem ao coração, à alma e para toda a vida", disse.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Novembro de 2013

 Carta Mensal

Querido Zelador(a):

 Fogo e Misericórdia!

Nesse mês encerramos as Missões nos diversos lugares onde Deus nos concedeu a graça de termos as Capelinhas da Misericórdia. 
Visitamos Aracaju, Santa Cruz de Minas, e, nesse fim de semana que passou Divinópolis e Lagoa da Prata também em Minas Gerais. Faltaram apenas Recife, Japão e Portugal.
Deus proverá um oportunidade de visitá-los. 
Queremos agradecer a Deus pela fidelidade de tantas pessoas nesse serviço missionário. Rezamos por vocês.
Agora, quero convidar você a participar conosco do Congresso Nacional de 13 a 15 de dezembro próximo em Niterói.
Entre em contato conosco.
Deus te abençoe
Pe. Antônio Aguiar

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A curiosidade

A curiosidade, manifestação humana que em geral é considerada "louvável" pela cultura moderna e caracterizada por um excesso de comunicação e de sociabilidade (muitas vezes com pouca substância), é uma qualidade que tem seus lados escuros.

A primeira leitura de hoje (Sab 7,22-30.8,1) descreve "o estado de ânimo do homem e da mulher espiritual" que vivem "na sabedoria do Espírito Santo", que ajuda "a julgar e tomar decisões de acordo com o coração de Deus", infundindo sempre "a paz".

A curiosidade não apenas nos leva para longe de Deus como também nos faz "falar demais". É uma atitude "mundana", que "conduz à confusão" e que nos leva a querer ouvir histórias como "o Senhor está aqui ou está ali", ou "Eu sei de um tal vidente, um visionário, que recebe cartas de Nossa Senhora, mensagens de Nossa Senhora". O papa adverte: "Nossa Senhora é Mãe e não uma gerente dos Correios que fica despachando mensagens todo dia".

O espírito de curiosidade, em suma, afasta "do Evangelho, do Espírito Santo, da paz e da sabedoria e glória de Deus, da beleza de Deus".

Jesus, por outro lado, nos lembra que "o reino de Deus não vem de modo chamativo, mas sim na sabedoria", e não "na confusão". É emblemático que “Deus não falou com o profeta Elias no vendaval, na tempestade, mas na brisa suave, na brisa da sabedoria”.

Santa Teresinha do Menino Jesus dizia a si mesma para "sempre parar diante do espírito de curiosidade". Quando ouvia histórias dos outros, mesmo desejosa de ouvi-las até o fim, ela reconhecia que "este não é o espírito de Deus, porque é um espírito de dispersão, de curiosidade vã".

O Reino de Deus está "no meio de nós", acrescentou o Santo Padre, e por isso não há necessidade de olhar para "coisas estranhas" ou "novidades" com mera "curiosidade mundana". É o Espírito Santo que deve nos levar para frente, "com a sabedoria que é uma brisa suave", concluiu.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Contra a saber que vem de Deus o mal não pode prevalecer.

Contra a saber que vem de Deus o mal não pode prevalecer.
A sabedoria contida no Diário de Santa Faustina não é um saber adquirido por anos de estudo, mas um saber que foi adquirido por meio da oração e da escuta atenta acompanhada de discernimento na direção espiritual, por uma religiosa muito simples que tinha somente o terceiro ano primário.
Por isso, conforme escrito no Diário 1338 o demônio odiava tanto que ela escrevesse sobre a misericórdia:
No momento em que estava escrevendo essas palavras ouvi o grito de Satanás: "Ela escreve tudo, escreve tudo, e por isso nós perdemos tanto! Não escrevas sobre a bondade de Deus. Ele é justo!" E, uivando furioso, desapareceu.
Daqui podemos entender a força das palavras contidas nos escritos de Santa Faustina:
Eles não vêm do seu conhecimento, mas do conhecimento de Deus, do alto comunicado a ela por Jesus.
Peçamos hoje o saber que vem de Deus.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A Misericórdia não tem limites

O caso dos leprosos de Lc 17 que são curados por Jesus nos mostra que diante daqueles que eram considerados pela sociedade como um caso perdido, Ele age com misericórdia.
De fato, o leproso perdia a família, perdia o convívio social, perdia enfim toda a dignidade. Todos olhavam para ele e diziam: Tudo está perdido. Não tem mais jeito.
E Jesus vem e os cura. Aqui está o novo da Misericórdia. Para ela sempre tem jeito. Confiemos na Misericórdia.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O papa traz mais fiéis à Igreja

O “efeito Francisco”, que incentivou um número notável de fiéis a voltar para a Igreja depois de anos de separação, comovidos com os apelos do novo papa a confiar na misericórdia divina, continua a ser percebido em mais da metade das comunidades católicas italianas. A pesquisa foi feita pelo sociólogo Massimo Introvigne e será apresentada hoje no instituto Cottolengo de Turim.
Introvigne testou a teoria do “efeito Francisco” em abril deste ano, um mês depois do início do pontificado do papa Bergoglio. Na época, 53% dos sacerdotes e religiosos afirmaram ter visto na sua comunidade um aumento de pessoas que se reaproximavam da Igreja ou se confessavam. O fenômeno foi observado ainda por 41,8% dos leigos. O sociólogo apresenta agora o livro "O segredo do papa Francisco", que lança um olhar sobre os antecendentes e sobre os primeiros meses deste pontificado. Introvigne retorna ao levantamento de abril, recebido com interesse por revistas e jornais de vários países. A proposta, aliás, foi repetida por sociólogos de outros lugares do mundo, com resultados em parte semelhantes e em parte diferentes dos verificados na Itália.
A nova pesquisa de Introvigne, seis meses após a primeira, tem uma amostragem maior. O efeito Francisco é agora percebido por 50,8% dos sacerdotes e religiosos. Como em abril, a percepção é maior entre os religiosos (79,37%), mas continua majoritária quando se considera o conjunto de religiosos e sacerdotes. Também como em abril, os leigos percebem o efeito Francisco menos intensamente que os religiosos, mas a porcentagem ainda é significativa: 44,8%.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Deus nos surpreende

“Uma mulher teve sete maridos, mortos um depois do outro”, e perguntam a Jesus: “De quem será esposa esta mulher depois da sua morte?”. Jesus, sempre humilde e paciente, primeiramente responde que a vida depois da morte não tem os mesmos parâmetros daquela terrena. A vida eterna é uma outra vida, em uma outra dimensão onde, entre outras coisas, não existirá mais o matrimônio, que está ligado à nossa existência neste mundo. Os ressuscitados – disse Jesus – serão como os anjos, e viverão em um estado diferente, que agora não podemos experimentar e nem sequer imaginar. E assim explica Jesus.

Mas, depois, Jesus, por assim dizer, passa ao contra ataque. E o faz citando a Sagrada Escritura, com uma simplicidade e uma originalidade que nos deixam cheios de admiração pelo nosso Mestre, o único Mestre! A prova da ressurreição, Jesus a encontra no episódio de Moisés e da sarça ardente (cf. Ex 3, 1-6), lá onde Deus se revela como o Deus de Abrão, de Isaac e de Jacó. O nome de Deus está ligado aos nomes dos homens e das mulheres com os quais Ele se liga, e esta ligação é mais forte do que a morte. E nós podemos falar também da relação de Deus conosco, com cada um de nós: Ele é o nosso Deus! Ele é o Deus de cada um de nós! Como se Ele tivesse o nosso nome. Ele gosta de dizer, e esta é a aliança. Eis porque Jesus afirma: “Deus não é dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem por ele” (Lc 20, 38). E esta é a ligação decisiva, a aliança fundamental, a aliança com Jesus: Ele mesmo é a Aliança, Ele mesmo é a Vida e a Ressurreição, porque com o seu amor crucificado venceu a morte. Em Jesus Deus nos dá a vida eterna, a dá a todos, e todos, graças a Ele têm a esperança de uma vida ainda mais verdadeira do que esta. A vida que Deus nos prepara não é um simples embelezamento desta atual: essa supera a nossa imaginação, porque Deus nos surpreende continuamente com o seu amor e com a sua misericórdia.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A alegria de Deus não é a morte do pecador, mas a sua vida

O Evangelho de Lc 15,1-10, explicado pelo Papa, mostra o espanto dos escribas e fariseus em relação a Jesus, percebido como uma "ameaça" por sua proximidade com os pecadores e que, por essa razão, "ofende a Deus" e "contamina o ministério do profeta".
Mas Jesus tacha a "música da hipocrisia" de seus adversários e a “murmuração hipócrita” deles, e responde com uma "alegre parábola" em que destaca a "alegria de Deus” diante da ação de seu Filho que perdoa os pecadores.  
De fato, Deus "não gosta de perder”, então, vai em busca “daqueles que estão longe dEle. Como o pastor que vai em busca da ovelha perdida". Seu "trabalho" é buscar qualquer criatura e "convidar para a festa de todos, bons e maus”.
Deus não quer perder nenhum dos seus, assim como Jesus revela na oração da Quinta-feira Santa: “Pai, que não se perda nenhum daqueles que tu me deste”.
Em sua busca pelos homens, Deus " tem uma certa fraqueza de amor para com aqueles que estão mais distantes, que estão perdidos", disse o Papa. Esta busca não para, como o pastor do Evangelho de hoje, que procura incansavelmente sua ovelha ou como a mulher da parábola " que quando perde uma moeda acende a luz, varre a casa e procura cuidadosamente”.
O reencontro da ovelha perdida, no entanto, não diz respeito apenas a ela e ao pastor, mas deve envolver as noventa e nove restantes que permaneceram no campo, e ninguém lhe pode dizer mas “tu és uma de nós” para que volte a ganhar a “dignidade”. Sem distinção, “Deus coloca tudo nos seus lugares” e ao fazê-lo "se alegra" sempre.
"A alegria de Deus não é a morte do pecador, mas a sua vida", acrescentou o Santo Padre, destacando o comportamento daqueles que "murmuravam contra Jesus": pessoas "distantes do coração de Deus", que "não o conheciam", que identificavam o ser religioso pela boa educação. Esta atitude, no entanto, não tem nada a ver com a fé, mas apenas com a "hipocrisia de murmurar”.
A alegria de Deus é "aquela do amor" que vai infinitamente além de nossa vergonha, e do nosso senso de indignidade. Se um homem diz: "Eu sou um pecador ", a resposta de Deus será sempre: "Eu te amo do mesmo jeito e eu vou encontrá-lo e levá-lo para casa”.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

São Dimas

Tenho me lembrado nesses dias sempre de São Dimas que é para nós exemplo de que para Deus nada é impossível, e que ninguém é um caso perdido. Peçamos sua intercessão.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A Igreja não é a Igreja somente para as pessoas boas

“Um cristão é alguém que é convidado. Convidado para que? Para um negócio? Convidado para fazer um passeio? O Senhor quer nos dizer algo a mais: ‘Tu és convidado para a festa!’. O cristão é aquele que é convidado à festa, à alegria, à alegria de ser salvo, à alegria de ser redimido, à alegria de participar da vida com Jesus. Isto é uma alegria! Tu és convidado para a festa! Se entende, uma festa é um encontro de pessoas que falam, riem, festejam, são felizes. Mas é um encontro de pessoas. Entre as pessoas normais, mentalmente normais, nunca vi alguém que faça festa sozinho, não é mesmo? Isto seria um pouco aborrecido! Abrir a garrafa de vinho... Isto não é uma festa, é uma outra coisa. Festeja-se com os outros, festeja-se em família, festeja-se com os amigos, festeja-se com as pessoas que são convidadas, como fui convidado. Para ser cristão é necessário uma pertença e se pertence a este Corpo, a esta gente que foi convidada para a festa: esta é a pertença cristã”. 

Referindo-se à Carta aos Romanos, o Papa afirmou que esta festa é “uma festa de unidade”. E evidenciou que todos são convidados, “bons e maus”. E os primeiros a serem chamados são os marginalizados: 

“A Igreja não é a Igreja somente para as pessoas boas. Quem pertence à Igreja, a esta festa? Os pecadores, todos nós pecadores somos convidados. E aqui o que se faz? Se faz uma comunidade que tem dons diversos: um tem o dom da profecia, o outro o ministério, um é professor... Todos têm uma qualidade, uma virtude. Mas a festa se faz levando isto que tenho em comum com todos...à festa se participa, se participa plenamente. Não se pode entender a essência cristã sem esta participação. É uma participação de todos nós. ‘Eu vou à festa mas vou ficar apenas na primeira sala, porque eu tenho que estar somente com três ou quatro que eu conheço e os outros ...". Isso não se pode fazer na Igreja! Ou tu entras com todos ou você fica de fora! Você não pode fazer uma seleção, a Igreja é para todos, começando por estes que eu falei, os mais marginalizados. É a Igreja de todos! " 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Papa diz


Ouvimos as palavras de São Paulo: "Eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8, 38-39) .
O apóstolo fala do amor de Deus como o motivo mais profundo e invencível da confiança e da esperança cristã. Ele enumera as forças opostas e misteriosas que podem ameaçar o caminho da fé. Mas logo afirma que, mesmo se toda a nossa existência é cercada por ameaças, nada vai nos separar do amor que Cristo mesmo mereceu por nós, doando-se completamente. Mesmo os poderes demoníacos hostis ao homem se detêm impotentes diante da íntima união de amor entre Jesus e aquele que o acolhe com fé. Essa realidade do amor fiel que Deus tem por cada um de nós nos ajuda a trilhar com serenidade e força o caminho de cada dia, que, às vezes, é expedito, mas outras vezes é lento e cansativo.
Só o pecado do homem pode romper esse vínculo; mas, mesmo nesse caso, Deus vai sempre atrás dele para restabelecer a união que dura inclusive depois da morte; uma união que, no encontro definitivo com o Pai, atinge o seu ápice. Esta certeza dá um significado novo e pleno à vida terrena e nos abre à esperança para a vida além da morte.
Toda vez que somos confrontados com a morte de um ente querido ou de alguém que conhecíamos bem, surge em nós a pergunta: "O que será feito da sua vida, do seu trabalho, do seu serviço à Igreja?". O Livro da Sabedoria nos diz que eles estão nas mãos de Deus! A mão é um sinal de acolhimento e de proteção, é um sinal de uma relação pessoal de respeito e de lealdade: dar a mão, apertar a mão. Esses pastores zelosos, que dedicaram as suas vidas ao serviço de Deus e do próximo, estão nas mãos de Deus, todos eles estão bem guardados, e não serão corroídos pela morte. Estão nas mãos de Deus todos os seus dias, entrelaçados de alegrias e sofrimentos, esperanças e fadigas, fidelidade ao Evangelho e paixão pela salvação espiritual e material do rebanho que lhes foi confiado.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Papa Francisco fala: Deus recorda


No entanto, em Jericó, acontece um dos eventos mais alegres narrados por São Lucas: a conversão de Zaqueu. Este homem é uma ovelha perdida, é desprezado, é um “excomungado”, porque é um publicano, antes, é o chefe dos cobradores de impostos da cidade, amigo dos odiados ocupantes romanos, é um ladrão e um explorador. Bela figura, não é? É assim.
Impedido de aproximar-se de Jesus, provavelmente por motivo de sua má fama, e sendo baixo de estatura, Zaqueu sobe em uma árvore para poder ver o Mestre que passa. Este gesto exterior, um pouco ridículo, exprime, porém, o ato interior do homem que procura colocar-se sobre a multidão para ter um contato com Jesus. O próprio Zaqueu não sabe o sentido profundo de seu gesto; não sabe por que faz isto, mas o faz; nem sequer ousa esperar que possa ser superada a distância que o separa do Senhor; conforma-se em vê-Lo somente de passagem. Mas Jesus, quando chega próximo àquela árvore, chama-o pelo nome: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa” (Lc 19, 5). Aquele homem baixo de estatura, rejeitado por todos e distante de Jesus é como perdido no anonimato; mas Jesus chama-o, e aquele nome Zaqueu, naquelas línguas daquele tempo, tem um belo significado cheio de alusões: “Zaqueu” de fato quer dizer “Deus recorda”. É belo: “Deus recorda”.
E Jesus vai àquela casa de Zaqueu, suscitando as críticas de todo o povo de Jericó. Porque também naquele tempo se fofoca muito, né? E o povo dizia: “Mas como? Com todas as bravas pessoas que há na cidade, vai hospedar-se justamente na casa de um publicano?” Sim, porque ele estava perdido; e Jesus diz: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão” (Lc 19, 9). Na casa de Zaqueu, a partir daquele dia, entrou a alegria, entrou a paz, entrou a salvação, entrou Jesus.
Não existe profissão ou condição social, não há pecado ou crime de qualquer gênero que possa cancelar da memória e do coração de Deus um filho sequer. “Deus recorda”, sempre, não esquece nenhum daqueles que criou; Ele é Pai, sempre à espera vigilante e amorosa de ver renascer no coração do filho o desejo de retornar à casa. E quando reconhece este desejo, mesmo que simplesmente manifestado, e tantas vezes quase inconsciente, imediatamente põe-se a seu lado, e com o seu perdão lhe torna mais leve o caminho da conversão e do retorno. Mas olhemos para Zaqueu hoje na árvore: é ridículo, mas é um gesto de salvação. E eu digo a você: se você tem um peso na consciência, se você tem vergonha de tantas coisas que cometeu, pare um pouco, não se desespere, pense que Um te espera, porque nunca deixou de se lembrar de você, de pensar em você. E este é o teu Pai, é Deus, é Jesus que te espera! Suba, como fez Zaqueu; sai sobre a árvore da vontade de ser perdoado. Eu te asseguro que não te decepcionarás. Jesus é misericordioso e nunca se cansa de perdoar. Lembre-se bem, sim? Assim é Jesus.

domingo, 3 de novembro de 2013

Os santos não são super-homens

Os santos não são super-homens, nem nasceram perfeitos. São como nós, como cada um de nós, são pessoas que antes de chegar à glória viveram uma vida normal, com alegrias e tristezas, lutas e esperanças. Mas o que foi que mudou as suas vidas? Quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no com todo o coração, sem condições e hipocrisias; consumiram as suas vidas no serviço dos outros, suportaram sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo o mal com o bem, difundindo alegria e paz. Esta é a vida dos Santos: pessoas que por amor a Deus  não lhe colocaram restrições nas próprias vidas; não foram hipócritas; gastaram as suas vidas no serviço dos outros para servir o próximo; sofreram muitas dificuldades, mas sem odiar. Os Santos nunca odiaram. Compreendam bem isso: o amor é de Deus, mas o ódio vem de quem? O ódio não vem de Deus, mas do diabo! E os santos se afastaram do diabo; Os Santos são homens e mulheres que têm a alegria no coração e a transmitem aos outros. Nunca odiar, mas servir os outros, os mais necessitados; orar e viver na alegria; esse é o caminho da santidade!
Ser santos não é um privilégio de poucos, como se alguém tivesse recebido uma grande herança; todos nós no Batismo temos a herança de poder tornar-nos santos. A santidade é uma vocação de todos. Todos, portanto, somos chamados a percorrer o caminho da santidade, e este caminho tem um nome, um rosto: o rosto de Jesus Cristo. Ele nos ensina a sermos santos. Ele nos mostra o caminho do Evangelho: o das Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 1-12). O Reino dos Céus, na verdade, é para aqueles que não depositam sua confiança nas coisas, mas no amor de Deus; para aqueles que têm um coração simples, humilde, não presumem que são justos e não julgam os outros, aqueles que sabem sofrer com quem sofre e alegrar-se com quem se alegra, não são violentos mas misericordiosos e buscam ser artífices de reconciliação e de paz. O Santo, a Santa é artífice de reconciliação e de paz; sempre ajuda as pessoas a se reconciliarem e sempre contribui para que haja a paz. E assim, a santidade é bela; é um belo caminho!
Papa Francisco

sábado, 2 de novembro de 2013

Congresso Misericórdia nas Famílias

Nos próximos 13 a 15 de dezembro estaremos realizando o I° Congresso Misericórdia nas Famílias em Niterói - RJ.
Quem pode participar desse Congresso?
Todos os que são zeladores da Capelinha da Misericórdia, os que são zelados e os que desejam conhecer esse trabalho de evangelização desenvolvido pela Comunidade Anunciadores da Misericórdia.
Fica aqui então o convite extensivo a todos.
Para Inscrição envie email para soszelador@gmail.com

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Passos para formar o projeto Misericórdia nas Famílias em sua Paróquia

1- Procurar o Pároco e pedir autorização
2-Procurar e anotar o nome de quinze famílias que queiram receber a Capelinha
3-Tendo conseguido as quinze famílias enviar o nome das mesmas para o seguinte endereço:
Misericórdia nas Famílias
Rua Eduardo Vieira, 76
Centro
21441-450 São Gonçalo - RJ