segunda-feira, 2 de março de 2015

Mendigo evangelizador é enterrado como príncipe no Vaticano

A Santa Sé confirmou a notícia do sepultamento no Campo Santo Teutônico – dentro do Vaticano – de um sem-teto falecido em 12 de dezembro. Willy, como era conhecido, era proveniente da região dos Flandres, tinha presumíveis 80 anos e vagava pelas cercanias do Vaticano.

Willy morreu no Hospital Santo Espírito, para onde foi levado de ambulância em uma noite do mês de dezembro. O frio havia lhe causado um mal-estar. Vindo a falecer em 12 de dezembro, seu corpo permaneceu no necrotério do Hospital, pois ninguém o indentificava. No entanto, o seu desaparecimento repentino dos locais onde ele frequentava fez com que as buscas de seu paradeiro começassem, sendo então reconhecido no hospital.

O Padre Bruno Silvestrini, Pároco da Igreja Santa Ana, a paróquia do Papa no Vaticano, quis homenagear Willy no último Natal, colocando, entre os pastores, um sem-teto. Ele frequentava diariamente a Missa matutina celebrada na Paróquia, ocupando sempre o mesmo lugar. 

“Por mais de 25 anos frequentou diariamente a Missa das 7 da manhã”, recordou o sacerdote, ao explicar em uma entrevista à Rádio Vaticano em 21 de dezembro, o motivo de ter colocado um sem-teto entre os pastores: “Era uma pessoa muito, muito aberta, que fez muitas amizades; falava com os jovens, falava do Senhor, falava a eles do Papa, convidava à celebração eucarística. Era uma pessoa rica, grande de fé. Alguns monsenhores levavam comida para ele em alguns dias. Depois, não foi mais visto e logo soube de sua morte. Nunca vi tanta gente bater à minha porta para saber quando seriam os funerais... Não pedia nunca, mas era aquele que te falava e te suscitava, por meio de perguntas sobre a fé, um caminho espiritual”.

As Exéquias foram celebradas na Capela do Campo Santo Teutônico e em seguida Willy foi sepultado no antigo cemitérico germânico na Cidade do Vaticano.