A visita de Maria a sua prima Isabel é a passagem que nos serve para descrever a importância do Projeto Misericórdia às famílias. “A criança pulou de alegria no meu ventre” (Lc 1, 44). Maria visita Isabel, trazendo Jesus em seu ventre. O Filho de Deus é ainda invisível, não nasceu ainda, nem é conhecido por Isabel. Todavia, Isabel reconhece Maria como aquela que traz, dentro de si, a esperança e o desejo de todas as nações, e a vida se agita nas profundezas de seu corpo. Aquele que preparará o caminho para Jesus, João Batista, se mexe como que para saudar a esperança que está para se realizar, embora ainda não seja visível. Maria surge diante de nós, aqui, como a primeira missionária, o primeiro ser humano a transmitir a um outro a boa nova de Jesus Cristo. E o faz simplesmente carregando Cristo dentro de si. Ela nos lembra que a missão não começa com a transmissão de uma mensagem por meio de palavras, mas indo ao encontro do próximo com Jesus no coração. Maria testemunha a importância primordial de simplesmente carregar Jesus, antes ainda das palavras ou dos atos que possam mostrá-lo e explicá-lo.
Você entendeu? Maria visita Isabel, trazendo Jesus em seu ventre. Toda vez que o Zelador ou o Zelado pega a Capelinha de Jesus Misericordioso e a leva à casa do outro, ele está fazendo a mesma coisa que Maria fez quando foi à casa de Isabel, você está levando Jesus até a casa daquela pessoa, você está agindo como Maria anunciando a Misericórdia – este é objetivo da Capelinha da Divina Misericórdia, anunciar a Misericórdia às famílias – não por meio de palavras mas indo ao encontro do outro com Jesus na Capelinha. Já por mais de uma vez falamos do desejo de Jesus Misericordioso quando disse:
Eis o desejo de Jesus Misericordioso: que todos tenham acesso à sua Imagem, já que por meio dela ele deseja conceder muitas graças. Esta passagem é confirmada por outra: “Desejo conceder graças inconcebíveis às almas que confiam na Minha Misericórdia”. (Diário 687)
Nossa primeira e precípua tarefa é trazer Jesus conosco, com gratidão e fidelidade, em tudo o que fazemos. Como Maria devemos procurar sempre trazer Jesus conosco. Ou como Santa Teresa de Ávila, que para ter Jesus sempre com ela simplesmente procurava ter tendo sempre consigo uma pequena imagem ou uma cruz no bolso, para estarmos constantemente “em contato” com o Senhor. Este é o sentido da Imagem de Jesus Misericordioso: Ele entra em nossas casas para nos dizer que está sempre conosco, que deseja caminhar conosco como caminhou com os discípulos de Emaús. Ou poderíamos procurar fazer como os cristãos da tradição espiritual ortodoxa, que estão constantemente em oração repetindo em silêncio a oração a Jesus: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, que sou pecador”. E, se formos fiéis como Maria, nesse trazer Cristo conosco, alguma coisa acontecerá, fluirá uma corrente, e aqueles com os quais estamos perceberão, talvez bem além do nível consciente, um movimento de vida e de alegria que podem até não compreender por completo. Nós mesmos poderemos até nunca ver ou saber disso. Os outros poderão até não ligar essa percepção a nós, mas ela existirá, pois Jesus fala sempre àquilo que está enterrado no mais fundo do coração dos homens e das mulheres, ao destino para o qual foram feitos. Quer o saibam, quer não, neles há alguma coisa que está voltado para Cristo. Continuemos a trazer Jesus conosco e não percamos a esperança: a missão se realizará, apesar de tudo, porque Deus, em Cristo, começou sua viagem para dentro do coração.
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